sexta-feira, 13 de junho de 2008

Amores no Sangue da Guerra

E aquele que eu amei, que assim, se foi sem dizer adeus...

Caminhamos submissos aos ideais postos ao dia-a-dia. Mas nunca prometemos todos os votos, nunca queremos morrer de outra forma. Sempre desejando os mais infames desejos aos outros, esquecendo que nunca fomos feitos de tanta ironia como hoje; sempre com um pé na cova. Os instantes mais esperados duram o suficiente para querer um caminho que não sabemos quanto tempo durará. Caminhamos para qualquer lugar, sem se importar.
Continuamos preocupando nossas mais amáveis pessoas e nunca entendemos o por que choram.
Um segundo, uma ameaça. De tempos em tempos queremos todos os lugares. A morte aos obstáculos e lutamos por um tempo, por um ideal, morrendo por uma morte, mas não nos leva a nada, não compreendemos, mas queremos os velhos tempos... sempre desejando o outro lado da moeda.
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Eu não sou seu diamante, mas procuro brilhar; procuro um valor em sua mente; procuro um instante no topo. No velho poço da discórdia encontrei meus amigos e sigo pelo outro lado. Não conheço essas pessoas, eu só quero um caminho longe desse ¨mundo maravilhoso”, que alguns fingem ver, mas que em outros faz sofrer.
Eu me arrependo. Eu ignoro certos momentos, selecionando suas palavras, eu não sou espectro de suas ameaças. Eu só queria sentir seu calor... Eu apenas viveria aqui contando os dias para a trégua.
Não sinto seu calor... Seu sangue faz arrepender-me de muita coisa. Tenho ódio das palavras de discursos de última hora, a TV que alimenta minhas idéias, que me acorda para a realidade que destrói a nuvem de meus sonhos, mas será que somos capazes de suportar até quando? Ódio de seus conceitos, de sua infâmia!
Toda manhã se dá conta da rotina que deve prosseguir, dos passos a seguir para ter uma vida melhor, mas não sabe até quando pode durar, se ao chegar em casa poderá dar de comer aos seus filhos? Se no futuro terá filhos e onde educa-los? Resmunga do salário e sente que não pode abraçar o mundo, apenas confortar mais alguém.
De todos aqueles acenos, percebe que não são pra você. Aqueles beijos são passageiros e assim vai modelando seus dias, as semanas que se eternizam em sua vida. Passarão meses e anos e vai se dar conta que foi tudo tão rápido que as besteiras que disse nos momentos de raiva não fazem mais importância, mas hoje graças aquele gesto alguma coisa mudou. Será que foi suficiente liquidar o ser de seu caminho, ou daria para desviar caso tivesse mais paciência ou amor?
As folhas daquele outono não mais as mesmas, a primavera também trás novas flores e o calor está mais intenso, porque se deu conta que tudo não dura, apenas suas ações estão nas conseqüências para seus filhos, nossos filhos.
Hoje o final de tarde está trazendo nostalgia, está cada vez mais difícil admirar as pequenas coisas, os Pequenos que brincam inocentes, e um dia sentirão e poderão se eternizar anjos ou demônios. O frio das montanhas, o vento que aparece para você se arrepender do ontem, isso talvez faça alguma diferença ao nosso futuro, mas não se pode ressuscitar os mortos. E aquelas imagens continuam a passar pela TV nos meus momentos de folga, enquanto pensa em todo o trabalho de amanhã. A vida continua para vários cantos desse planeta e assim mesmo, as várias mães de todas as vidas aqui, continuarão a acender velas, orando por sua cria, que hoje, respira o mesmo ódio da guerra de seus inimigos somente para sobreviver.
E quanto aos que estão nos olhando e dando tapinhas nas costas de anos a anos, não passam de mais alguém que viverão, para daqui à cem anos virarem pó. Coincidirem com seus erros e a bandeira ainda ilustrará sua última morada, os acenos serão para outra direção e palavras nunca irão faltar se todo esse paraíso ainda existir, se ainda nos sentirmos fortes o suficiente para ter compaixão e sede de novos ares. Se apenas pudermos aprender com os erros passados de nossos semelhantes.
Às vezes não somos donos de todo esse caminho, paramos o tempo apenas com a mente e isso não adianta para a realidade. Você prossegue, mas não tem a direção correta de seu refúgio. Pelos lados estão blindados, estão postos para atirar se for preciso, se for preciso atirar para nunca mais prosseguir. Certos podem fingir não sentir, mas por dentro ninguém segura a dor, não são apenas suas lembranças de todo o momento que sente aquele sangue alheio percorrer seu rosto e no chão está um amor perdido nessa guerra, que todos nós sabemos que mesmo que existirá no papel um vencedor, o mundo sai perdendo. Todos nós sentimos a mesma dor diante da cena que está virando tradição na mídia.
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Voltamos à estaca zero nessa guerra civil. Não temos escolha, nossas armas nos fazem fortes para um chefão, para uma máfia de dinheiro que não ganhamos nenhum tustão. Nossas crianças nos esperam nas estações, nas estradas e em nossas casas está tudo destruído. Todo esse sangue que escorre, todas as lágrimas buscam as almas e os bebês estão pra nascer, estão a esconder um choro de fome.
Meu amor não tenho seu abraço, não tenho seu calor, sou um canto de todo o esconderijo, respirando as forças dos soldados que somem nas tropas levando nossos filhos e amigos, eu não tenho mais para onde ir, quem esperar.
Olhe aqueles no horizonte! Veja se valeu a pena honrar o pouco de sua pátria e de nada tem seu valor. Nosso valor foi derramado em placas de bronze que não trazem de volta os sorrisos; daqui a alguns anos nos lembraremos de tudo que foi interrompido por seu valor e nossa pátria não conseguiu fechar as feridas dos que se foram em momentos que ainda restava amor e não ódio.


Um fantasma do passado, as lembranças que atormentam todas as suas noites. Essa dor dos humanos que passa por gerações, vivendo em climas de agonia e não entendendo ninguém. Ninguém te entende. Ninguém entende que seu valor pode estar fechado, basta liberta-lo. Seu coração despedaçado nos escombros e todo esse caminho não te leva a nada, me deixa mais distante de quem desejo. Minha alma não quer sofrer depois do fim. Obrigação de continuar, lágrimas de todo o ser na guerra civil que fizemos por nossas crianças, o “Deus da Guerra”, que dizemos que salva vidas depois da sua morte. Chorando os dias que você se foi, esperando os que talvez possam voltar.